Parlamentares protocolam pedido de impeachment de Cláudio Castro na Alerj

Mais de 400 movimentos, coletivos e entidades da sociedade civil exigem o afastamento do governador Cláudio Castro após a operação policial que resultou em mais de 120 mortes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O pedido de impeachment, baseado em crimes de responsabilidade, foi protocolado nesta quinta-feira (3) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pelos deputados estaduais Renata Souza, Professor Josemar, Flávio Serafini, Yuri Moura, Dani Monteiro, Marina do MST, Dani Balbi e Carlos Minc.

4 nov 2025, 14:26 Tempo de leitura: 2 minutos, 20 segundos
Parlamentares protocolam pedido de impeachment de Cláudio Castro na Alerj

Mais de 400 movimentos, coletivos e entidades da sociedade civil exigem o afastamento do governador Cláudio Castro após a operação policial que resultou em mais de 120 mortes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O pedido de impeachment, baseado em crimes de responsabilidade, foi protocolado nesta quinta-feira (3) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pelos deputados estaduais Renata Souza, Professor Josemar, Flávio Serafini, Yuri Moura, Dani Monteiro, Marina do MST, Dani Balbi e Carlos Minc.

Foto: Danielle Marinho

O documento tem origem no manifesto “Chega de Massacres! Impeachment para Cláudio Castro!”, que denuncia a escalada da violência policial e o caráter letal das operações conduzidas pelo governo estadual. As entidades signatárias, entre elas Instituto Raiz em Movimento, Frente Penha, Fórum de Ação Popular do CPX, Amigos do Complexo do Alemão, Coletivo Mulheres em Ação no Alemão, Coletivo Juntos!, Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN), Maré Negra, Movimento Negro Unificado (MNU), Rede Emancipa e Fórum de Mulheres Negras RJ, afirmam que a situação chegou a um limite insustentável e exigem responsabilização imediata.

De acordo com o texto, as operações com alto número de mortes não trazem segurança, mas aprofundam o medo, o luto e o colapso dos serviços públicos nas favelas. “A vida não parou só na favela, mas em todo o Rio. A operação paralisou serviços, escolas e transportes, aumentando a insegurança de todos”, destaca o manifesto.

O pedido apresentado à Alerj aponta crimes de responsabilidade cometidos por Cláudio Castro, como violação de direitos fundamentais, descumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal, que restringe operações policiais em favelas, paralisação de serviços públicos essenciais e exaltação pública de resultados letais sem investigação das mortes.

Na Assembleia, o deputado Professor Josemar e os demais parlamentares signatários defendem que o impeachment seja tratado como uma pauta de urgência. Eles cobram transparência na apuração dos fatos e o cumprimento do papel fiscalizador da Alerj diante de uma crise humanitária que tem ceifado vidas e paralisado comunidades inteiras.

Segundo os parlamentares, o impeachment não é apenas uma medida política, mas uma resposta necessária diante das graves violações de direitos humanos. “O Estado não pode continuar operando sob uma política de extermínio. É dever da Alerj agir em defesa da legalidade e da vida”, afirmam.

Com o apoio dos movimentos sociais e dos deputados proponentes, o pedido de impeachment busca marcar um ponto de virada na política de segurança do Estado e reafirmar a urgência de uma atuação parlamentar comprometida com a justiça, a vida e os direitos humanos.