Ativista Nico Calabrese, da Flotilha Global Sumud, retorna ao Brasil nesta segunda (6)

O retorno de Nico Calabrese ao Brasil, nesta segunda-feira (6), carrega mais do que o alívio de ver um companheiro de luta em segurança. Representa também o símbolo de uma resistência que atravessa fronteiras e desafia o silêncio internacional diante do genocídio em curso contra o povo palestino.

6 out 2025, 12:06 Tempo de leitura: 2 minutos, 12 segundos
Ativista Nico Calabrese, da Flotilha Global Sumud, retorna ao Brasil nesta segunda (6)

O retorno de Nico Calabrese ao Brasil, nesta segunda-feira (6), carrega mais do que o alívio de ver um companheiro de luta em segurança. Representa também o símbolo de uma resistência que atravessa fronteiras e desafia o silêncio internacional diante do genocídio em curso contra o povo palestino.

Educador popular e militante do Emancipa-RJ, Nico tem dedicado sua vida à formação de consciência crítica, à organização coletiva e à defesa dos direitos humanos. Por isso, sua presença na Flotilha Global Sumud, missão internacional que partiu em solidariedade a Gaza, é coerente com uma trajetória de compromisso com a justiça social e a autodeterminação dos povos.

Interceptada no dia 1º de outubro por forças israelenses, a flotilha levava ajuda humanitária e denunciava o bloqueio que isola 2,3 milhões de palestinos há quase duas décadas. Desde então, dezenas de voluntários foram detidos e seguem incomunicáveis. A repressão contra os ativistas é o espelho do mesmo regime que nega água, comida e liberdade a Gaza.

Nico foi deportado antes dos demais brasileiros por possuir cidadania italiana, mas não há nada que o distinga na essência daqueles que seguem presos. Todos compartilham da mesma causa: romper o cerco e dar visibilidade a um crime que o mundo insiste em naturalizar.

Enquanto centenas de participantes da flotilha ainda aguardam deportação, quatro brasileiros permanecem em greve de fome e sede em protesto contra a política israelense que utiliza a fome como arma de guerra. O gesto extremo desses militantes ecoa o desespero de milhões de palestinos privados de condições mínimas de sobrevivência.

O que acontece em Gaza não é uma tragédia natural, é uma política deliberada de extermínio. Desde outubro de 2023, Israel impõe um bloqueio total, impedindo a entrada de alimentos, água e medicamentos. De acordo com o IPC, mais de 640 mil palestinos vivem em fome catastrófica. É o colapso de um povo inteiro diante da omissão de grande parte da comunidade internacional.

Mas há quem não se cale. Neste fim de semana, milhões de pessoas em todo o mundo foram às ruas exigir o fim do genocídio e a libertação dos ativistas sequestrados. No Brasil, mais de vinte cidades se somaram à onda global de solidariedade. Foram vozes que reafirmam que não existe neutralidade diante da barbárie.

A coragem da Flotilha Global Sumud nos lembra que a solidariedade internacional é uma das formas mais nobres de resistência. Quando governos hesitam, é a ação coletiva dos povos que mantém viva a esperança de liberdade.