Redução do preço da passagem do Metrô Rio será vitória da luta do nosso mandato em defesa do povo – Por Professor Josemar
Frente às mais frequentes informações veiculadas pela imprensa podemos registrar o sucesso de nossa intensa campanha que já mobilizou mais de 40 mil assinaturas e que está resultando na redução do preço das passagens do Metrô na cidade do Rio de Janeiro, a mais cara do país.
2 jun 2025, 10:11 Tempo de leitura: 4 minutos, 10 segundos
Frente às mais frequentes informações veiculadas pela imprensa podemos registrar o sucesso de nossa intensa campanha que já mobilizou mais de 40 mil assinaturas e que está resultando na redução do preço das passagens do Metrô na cidade do Rio de Janeiro, a mais cara do país. Desde 2024 estivemos nas ruas, realizamos audiências públicas com representantes dos movimentos sociais e órgãos governamentais e movemos ação judicial, para obter esclarecimentos junto à concessionária e governo estadual acerca dos preços praticados. Uma representação nossa levou o Tribunal de Contas do Estado a analisar o caso e concluir pela abusividade do preço. Fizemos uma intensa mobilização popular para suspender o verdadeiro assalto que a população do Rio sofreu com a concordância do governo do estado.
A redução do valor pago pelo usuário do Metrô que está para ser anunciada, prova o acerto da nossa campanha. No entanto, a comemoração não significa desmobilização. Ao contrário, nos lança numa nova etapa, pois o valor abusivo cobrado pelo Metrô Rio, com complacência da Agetransp e concordância do governo do Estado, perpetua o assalto. A diferença agora é que não será apenas o usuário direto a ser tungado. Toda população pagará pelo preço abusivo.
Precisamos urgentemente saber os critérios do subsídio. Será sobre a diferença entre o preço atual, R$7,90, e o novo valor, R$4,70 que vem sendo anunciado? Se for assim, estará ratificada a irregularidade, pois os R$7,90 são resultado do acúmulo de sucessivos aumentos irregulares. Será essa a diferença a ser paga pelo governo à concessionária? Se assim for, será um prêmio à fraude. Estaremos atentos sobre como o governo do estado, irresponsável e sempre comprometido com interesses não coincidentes com os da população, abre os cofres e repassa os recursos que deveriam ser destinados a outros investimentos para a melhor qualidade de vida das pessoas que aqui vivem.
Vale lembrar quando apontamos a irregularidade nos valores cobrados, que trabalhamos com cálculos apresentados em estudo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. São dados que mostram como a concessionária optou por alíquotas acima das originalmente praticadas no contrato e que tanto o órgão regulador, a Agetransp, como a Secretaria de Transportes, sempre mal gerida, aceitaram a irregularidade. Hoje, aponta o TCE, a passagem deveria custar R$ 5,80 e o valor subsidiado deveria ser sobre esse montante e não sobre os R$7,90 atuais.
Podemos dizer, caso confirmadas as informações veiculadas na imprensa, que tivemos uma vitória que será sentida diretamente por cada um dos que usa o Metrô, mas seguimos na fiscalização para chegarmos ao cerne da questão, que são os critérios que permitem os reajustes abusivos das passagens. O senhor Cláudio Castro, que tipicamente está fazendo cortesia com o chapéu alheio, ou seja, compactuando com o roubo aos recursos da população, pode ter certeza de que seguiremos buscando explicações e lutando pela revogação da atual forma de cálculo das passagens.
Nada justifica um serviço precário como o oferecido pelo Metrô Rio, com uma rede minúscula, que não integra a região metropolitana como deveria, ter as passagens mais caras do país. Sou membro da comissão de transportes da Alerj e nosso mandato recebe denúncias regulares sobre o péssimo serviço oferecido, com problemas de limpeza, segurança, acessibilidade e acesso aos sanitários.
Do ponto de vista da mobilidade urbana, o Metrô Rio também é ineficiente. Onde está a linha 3 até São Gonçalo? Como será o complemento capenga anunciado para a estação Gávea? E as alterações de planejamento que deixam obras abandonadas, como a estação fantasma na Carioca? Os problemas são muitos.
As informações mais recentes, como tudo feito por esse governo, são nebulosas. Falta clareza sobre o emprego dos recursos públicos. Precisamos saber de onde virão os recursos para pagar esse subsídio e quais outros setores poderão ser sacrificados. O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, informou em entrevista que os subsídios devem ter origem nos recursos do Tesouro Estadual, com estimativa de gastos na ordem de R$800 milhões. Serão R$ 300 milhões neste ano e R$ 500 milhões em 2026. É muito dinheiro público que sairá dos bolsos de todos nós e irá para os cofres sabe-se lá de quem. É necessária fiscalização.
Como vemos, alcançamos uma vitória com a redução do valor pago diretamente. Mas precisamos seguir na luta para evitar que continuemos pagando valores abusivos com a concordância e cumplicidade desse desgoverno do estado do Rio de Janeiro.
Seguimos na luta!
*Professor Josemar (PSOL-RJ) é deputado estadual e presidente da Comissão de Combate às Discriminações da Alerj.