Audiência pública com família de João Pedro, assassinado em São Gonçalo durante operação policial

Família pede justiça há três anos

17 maio 2023, 17:58 Tempo de leitura: 1 minuto, 50 segundos
Audiência pública com família de João Pedro, assassinado em São Gonçalo durante operação policial

Faz três anos amanhã (18/05) que João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, foi morto durante operação das polícias Civil e Federal no Complexo de favelas do Salgueiro, em São Gonçalo. O caso está na 4ª Vara de Justiça de São Gonçalo e até hoje sem
uma solução sobre os culpados pela morte.

Para pedir celeridade nas investigações, a família do adolescente esteve hoje em ato organizado na Alerj pelo deputado estadual Professor Josemar (Psol), presidente da Comissão de Combate às Discriminações da Alerj, com representantes da OAB, da Defensoria Pública e familiares de vítimas de violência do Estado.

“O poder público do nosso estado tem continuadamente cometido desrespeito aos direitos humanos. Estamos reunidos para cobrar mais uma vez justiça por João Pedro e por todos os jovens que sofreram violência policial. A violência é também racista, a morte tem como alvo os corpos pretos”, disse o deputado Prof. Josemar.

O crime ocorreu numa noite de 2020, quando João brincava em casa com amigos quando policiais entraram atirando. O menino foi atingido por um disparo de fuzil na barriga.

“Essa demora tem causado danos físicos e mentais em nossa família. Precisamos alcançar a sonhada Justiça, até para ajudar a luta de outras famílias”, declarou a mãe do menino, Rafaela Mattos.

O encontro definiu que serão enviados ofícios à 4ª Vara Criminal de São Gonçalo com pedido para especial atenção à duração do processo, e ao governador Cláudio Castro para que reconheça a violação por parte dos agentes do estado e publique um pedido formal de desculpas, além da indicação para a construção de um memorial às vítimas, entre outras iniciativas.

Estiveram presentes ao encontro, a defensora pública e membro do Conselho Estadual de Defesa da Criança e Adolescente Eufrásia Maria Souza, e os representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB Glaucia Nascimento, Shirlene Braga e Alberto Vasconcellos.
Entre os movimentos da sociedade, estavam o das Mães de Manguinhos e o dos Familiares de Vítimas Letais do Estado.